Entre Números e Versos: Matemática e Poesia se Encontram na FLIBG
Por Osvaldino Vieira de Santana – 30/08/2025
Baixa Grande, a “Capital do Mundo”, vive intensamente a sua 1ª Festa Literária (FLIBG), e o encontro inusitado entre o matemático Carlos Queiroz e o poeta José da Boa Morte trouxe à tona uma reflexão fascinante: o que a poesia e a matemática têm em comum?
À primeira vista, pode parecer que números e versos pertencem a universos distintos. No entanto, ambos partilham a mesma essência: são linguagens estruturadas que buscam comunicar ideias complexas, seja pela lógica ou pela emoção.
A linguagem dos símbolos
A matemática se expressa por fórmulas e equações; a poesia, por palavras. Mas, em ambos os casos, há um rigor na escolha dos elementos. Um teorema bem formulado e um poema bem lapidado têm em comum a beleza da precisão.
Estrutura e padrões
Assim como a matemática se apoia em padrões lógicos, a poesia recorre a métricas, repetições e harmonias sonoras. Nas duas áreas, a ordem e a simetria não são barreiras para a criatividade; pelo contrário, funcionam como trilhos que permitem que a imaginação avance com segurança.
A arte da concisão
Carlos Queiroz e José da Boa Morte concordam que a beleza está no essencial.
“Os matemáticos costumam comentar sobre a dedução: o mais simples é o mais belo. A poesia tem isso na síntese, que é uma das almas da poesia. A prova mais elegante é aquela que envolve menos símbolos, menos linhas. A poesia lírica também prima pela concisão: quando você consegue, com o mínimo de elementos, criar algo extraordinário, isso tem um valor imenso”, refletiu o poeta.
Expressão da mente humana
A matemática descreve o mundo de forma objetiva e lógica; a poesia o traduz em emoção e subjetividade. Ambas, no entanto, são expressões da mente humana em sua busca por compreender e comunicar a realidade.
Semelhanças e diferenças
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Semelhanças:
✔️ Linguagem simbólica (fórmulas e palavras)
✔️ Estrutura e padrões
✔️ Escolha cuidadosa dos elementos
✔️ Expressão da mente humana
✔️ Lógica aliada à criatividade -
Diferenças:
🔹 A matemática tem propósito descritivo e objetivo.
🔹 A poesia tem propósito expressivo e subjetivo.
Um diálogo possível
A presença de Carlos Queiroz e José da Boa Morte na FLIBG mostrou que, quando números e versos se encontram, surge uma nova forma de olhar o mundo: lógica e sensibilidade caminham juntas, revelando que a mente humana é múltipla, criativa e infinita.