01- Os impactos da pandemia de Covid-19 na saúde física, mental e social das pessoas e o sofrimento das famílias pelo isolamento

A crise sanitária e seus desdobramentos

11/2021 Por Osvaldino Vieira de Santana

A pandemia da Covid-19 impôs ao mundo uma das maiores crises sanitárias da história contemporânea. Seus impactos foram muito além da saúde física, alcançando também o equilíbrio mental e social das pessoas. O isolamento, necessário para conter a disseminação do vírus, transformou a rotina de milhões de famílias, impondo distância, solidão e sofrimento.

O impacto social do isolamento

O afastamento social privou crianças de momentos essenciais de convívio com seus avós, tios e amigos, o que comprometeu o desenvolvimento emocional e afetivo dos pequenos. Os adultos, por sua vez, enfrentaram desafios psicológicos e econômicos sem precedentes, marcados pelo medo do desconhecido, pela incerteza em relação ao futuro e pela dor da perda de entes queridos. Os idosos, grupo de maior vulnerabilidade, foram os mais impactados pela necessidade de isolamento, passando meses afastados de filhos e netos, muitos sem a possibilidade de reencontros.

A crise na saúde mental

A saúde mental foi um dos maiores desafios enfrentados durante esse período. O aumento dos casos de depressão, ansiedade e estresse foi notável, reflexo do luto coletivo e do temor constante diante de um inimigo invisível. A necessidade de adaptação a novas realidades, como o trabalho remoto e o ensino a distância, também contribuiu para um cansaço emocional generalizado.

Esperança e avanços da ciência

A esperança, contudo, sempre encontrou espaço em meio às adversidades. Como bem expressa o poema "Vai embora, Coronavírus", escrito em novembro de 2021, a esperança de que a ciência encontraria soluções para o enfrentamento da doença foi um alento para todos. A rápida resposta da comunidade científica na criação de vacinas e tratamentos demonstrou o poder do conhecimento e da cooperação mundial.

Reflexões sobre a saúde mental pós-pandemia

Notícias recentes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) ressaltam a continuidade dos impactos na saúde mental da população. O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No primeiro ano da pandemia, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em aproximadamente 25%.

O impacto foi especialmente severo em profissionais da saúde e professores. Pesquisas revelam que 86% dos profissionais da saúde sofrem com a Síndrome de Burnout e 81% apresentam sinais de estresse. No setor educacional, mais de 20% dos educadores brasileiros consideram sua saúde mental ruim ou muito ruim.

Estudantes também enfrentaram sérios desafios: 45% foram diagnosticados com ansiedade generalizada e 17% com depressão no primeiro ano da pandemia. Falta de motivação e problemas de concentração afetaram quase 80% dos jovens, segundo estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Universidade Federal Fluminense (UFF).

O papel da sociedade e do governo

A preocupação com a saúde mental tem levado à ampliação de serviços de assistência. O Ministério da Saúde anunciou um investimento anual de R$21,3 milhões para atendimento a pessoas com transtornos mentais e dependência química. Contudo, ainda é necessário avançar mais na criação de políticas que priorizem o bem-estar emocional da população.

Diante desse cenário, conforme Renato Janine Ribeiro,  Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

fica evidente que precisamos mudar nossa forma de conceber as relações humanas. A recuperação da economia e a produção de bens e serviços são importantes, mas a construção de um ambiente social saudável deve ser prioridade. É fundamental abrir espaços de diálogo nas escolas, empresas e comunidades para lidar com os traumas vividos. O debate sobre saúde mental precisa continuar e ser ampliado, garantindo que futuras gerações estejam mais preparadas para enfrentar desafios semelhantes.

Poesia: Vai Embora Coronavírus

Novembro/2021.


Por Osvaldino Vieira de Santana 



Vai embora Coronavírus, pra nossa rotina continuar…

Arthurzinho e Rafaelzinho todos os dias,

Com seus avós, voltarem a brincar.

Vai embora Corona,

No primeiro rabo de Cometa,

Bem distante, no infinito de outros planetas.

Ou então entre as Estrelas mil

Bem depois do céu de anil.

Vá Corona, faz tua viagem Cósmica,

Em busca de outras Moradas.

Mas se essa viagem não acontecer,

Num belo entardecer

Deus há de inspirar

Mentes brilhantes

Para a vacina encontrar

Ou outro remédio salutar.

https://open.spotify.com/album/4BCqPg36Q7EoWZl1ozswJj?si=ZvyMhD3qS4GALAdaWltLZQ
👆Música no gênero MPB, adaptação do poema "Vai embora Coronavírus", em novembro de 2021.



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